sexta-feira, 28 de maio de 2010

"Prender Ratko Mladic é algo que faremos nós próprios"


Entrevista a Snezana Malovic, Ministra da Sérvia

O memorando que assinou em Portugal enquadra-se numa renovação mais ampla de acordos de extradição e luta ao crime?

Está relacionado com a cooperação entre ministérios, no que toca ao combate ao crime e troca de experiências a nível dos órgãos de justiça, o que compreende procuradores e tribunais. Também tem uma parte relacionada com a integração europeia.

A visita que vai fazer hoje a Comissão Europeia à Sérvia está precisamente relacionada com as reformas de justiça...

A reforma do sector jurídico tem uma série de dimensões. Mas estarmos virados para a integração europeia inclui a cooperação com a Comissão. Temos um diálogo activo e a visita é a continuação disso mesmo.

A Comissão criticou nomeadamente a forma como procuradores e juízes são nomeados...

A Sérvia tem o desejo de se tornar uma sociedade democrática bem organizada e, nesse sentido, qualquer apoio é bem-vindo. Incluindo as críticas.

Quando espera que seja proposto o estatuto de candidato à União Europeia para a Sérvia?

A Sérvia entregou a candidatura de adesão no final de 2008 e espera obter rapidamente os questionários necessários ao processo de candidatura. Os órgãos sérvios estão prontos para isso.

E isso pode acontecer sem que a Sérvia prenda o ex-líder militar sérvio-bósnio Ratko Mladic e reconheça o Kosovo?

Tentaremos satisfazer as condições técnicas de adesão [que não incluem essas exigências]. Pren-der Mladic não é algo que faremos por obrigação, mas por nós.

Quando espera o veredicto do Tribunal Internacional de Justiça das Nações Unidas sobre a independência do Kosovo?

Foi anunciado para Julho. Vamos esperar pela decisão antes de fazer mais comentários.

Sérvia e Kosovo vão estar na cimeira UE-Balcãs, de 2 de Junho, em Serajevo. Isso não implica já um certo reconhecimento?

Vamos comportar-nos no âmbito da resolução da ONU [que diz que o Kosovo é uma província sérvia administrada pela ONU].

Fonte: DN